quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013



Hoje de manhã quando vinha para o trabalho vi um mendigo na rua. Ele estava fedendo tanto, exalando álcool tão forte, e tão sujo... Estava assentado na sarjeta, olhando para baixo, com a mão estendida... Senti igualmente um ímpeto de chorar e de vomitar.
E me perguntei: o que leva uma pessoa a chegar nesse ponto? O que existe em mim que é tão podre e eu também ignorei, tal como aquela mão estendida? Sustentada pelo argumento racional de que, se eu der dinheiro, ele vai comprar bebida. Então, eu não devo dar... Ora, serão os meus motivos para beber mais nobres do que os dele?
Enquanto isso, na sala de justiça...
Neste carnaval encontrei muita gente fantasiada das formas mais engraçadas e bem humoradas... Mas tem muita gente que se fantasia pra ficar feio e ridículo também! Esse cara da foto me matou de rir... Fantasiado de pedinte, com barba e cabelo falsos, era a imagem perfeita de um morador de rua! Chegou pedindo 10 centavos com sua placa no peito que tinha a ousadia de exibir "007"...
A arte imita a vida? Ou a vida imita a arte?...
No Rio vive-se de verdade o purgatório da beleza e do caos... Citando Mantoan, "inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças", e é isso que vemos aqui... Todos juntos, de todas as classes, se divertindo lado a lado... Fica a quebra de paradigma como dica para o ano novo que inicia AGORA! Fica também o convite ao jejum da quaresma: NAO RECLAMAR!
Sou grata por tudo o que tenho e sou, por cada experiência...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O mito da Diva



Ontem à noite tava me sentindo meio jururu... Não sei bem o porquê, talvez fruto de cansaço mesmo, horas de trabalho, saí do escritório tarde, estava chovendo, fiquei um tempão no ponto do ônibus... Mas o pior foi ver tv, rir, relaxar, dormir... e acordar ainda meio pra baixo. Mas a vida segue, fiz meus 5km de treino... tive aquela dificuldade básica pra conseguir montar o look do dia e lancei-me. Cheguei no escritório ainda meio down, o computador não ligava... Tava meio calada, o pessoal idem... Mandei msgs para algumas amigas tentando fazer com que um papo familiar me animasse um pouco... Ainda no metrô, tentei meditar e perguntei a Deus o que poderia estar errado comigo... Até que começamos a resolver um problema do trabalho e tive que esclarecer um ponto com minha antiga equipe. Pronto! Atravessei o andar, cumprimentei as pessoas e recebi no mínimo um elogio de cada pessoa que eu vi! Disseram que eu estava magra, bonita, parecendo artista de cinema, com a pele boa... Lógico que foi um tapa na auto estima e eu voltei pra minha mesa me sentindo muito mais do que ótima!

E aí comecei a me perguntar... Quão frágil somos nós? Quão carentes e dependentes nós somos da aprovação alheia, seja ela qual for, seja ela de quem vier? Quando ouvimos sobre certas celebridades, um traço aparece muito comumente: a volatilidade do humor. Será que, quando você é belo demais, famoso demais, exageradamente ovacionado, inicia-se um processo de vício psico-emocional do elogio?
Se todos os dias, se cada produção que você faz, se cada desfilada que você dá, você fosse admirada... e se você pudesse sentir o impacto que a sua imagem causa nas pessoas... Que as faz perder a linha de raciocínio... Perder a voz... Esquecer o que dizia...
Se você soubesse a força hipnótica da sua beleza...
O que você faria?
Se você sentisse o poder do seu charme?

Por outro lado...

E quando este torpor desaparecesse?

Quando sua impactante presença passasse despercebida...

Você se sentiria triste? Vazia? Fraca? Só e insegura? Sentiria como se tivesse perdido algo? Buscaria desesperadamente reaver este seu poder?

Acho que isso definitivamente caracteriza um vício. Quando você não consegue ficar sem elogios, sem reconhecimento alheio... Vício ou carência?

Quando saberei diferenciar independência de frieza? Saudade de necessidade? Defesa de indiferença?

Mil dúvidas sem resposta, que ansiamos encontrar em nosso caminho...

E um óóóóótimo dia pra começar a ler "Capital Erótico"!!!

domingo, 13 de janeiro de 2013

Um brinde ao Amor - Porta do Divino



Tô percebendo que o tema "amor" está dominando o meu blog!!! A sua presença ou a sua ausência são motivos para escolher falar sobre o amor, então, como tudo mesmo é motivo... vou postar aqui uma frase linda, que quero meditar nela sempre, a respeito do amor...

"Se você ama uma pessoa, aos poucos a forma dessa pessoa desaparece e você fica mais em contato com o interior dela. E se você for mais fundo, até mesmo o interior da pessoa amada some e abre-se o além.
Essa pessoa era apenas uma porta, e através dela você encontrou o Divino.
Quando a gente não consegue amar, precisa de provas e rituais. Mas o ser amado está sempre próximo, é só deixá-lo revelar-se.
Sempre nos parece difícil estar em contato permanente com o Universal, ele não tem começo nem fim, ele é imenso. Mas o caminho para chegar até Ele é sempre através de uma pessoa.
Ame, portanto.
E que o amor não seja uma competição, mas uma profunda aceitação do outro. 
Convide-o então, ao amor, para que penetre e mergulhe em você, sem qualquer condição.
Você vai ver: de repente o outro desaparecerá e o Divino estará presente. Porque, se o amado não puder tornar-se Divino, então nada no mundo poderá tornar-se Divino e toda religião será absurda.
Isso pode acontecer em relação a uma criança e até a um cão, por exemplo. Se você estiver mergulhado num relacionamento profundo com alguém ou com alguma coisa, essa coisa se tornará Divina. A chave básica é deixar que o outro penetre no seu âmago. As pessoas se aborrecem umas com as outras e sempre ficam esperando algo de bom ou mau da outra pessoa.
Não espere nada de ninguém, tente apenas encontrar no outro aquilo que está oculto."
Allahur Akbar

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O caminho do amor


Tenho pensado muito a respeito do amor.
Em meus pensamentos, as vezes originados por associações a relacionamentos, outras vezes enxergando-o como uma energia oposta ao medo, tenho fragmentado este nobre sentimento em diversas lâminas dele mesmo.
As vezes o enxergo como um meio da satisfação pessoal, através do qual nos realizamos e nos sentimos preenchidos.
Ao não encontrar isso hoje em minha vida admito que me desespero, e este desespero me faz rapidamente transferir o amor para algo fraternal, ligando-o a pessoas queridas do meu relacionamento.
Quando chego neste ponto, elevo o amor a um desejo profundo de que todos os seres sejam felizes, que enxerguem a fagulha de Deus que existe dentro de cada um de nós... E decido amar a todos os seres do universo e me ver como um ser de luz, porta do divino, canal desta luz de verdade que existe e transborda mas na maioria das vezes não somos capazes de enxergar.
E o mais curioso é a sensação que me absorve em seguida a toda esta epifania.
Sinto-me totalmente só. Sinto-me burra, cega e errada, incapaz de acreditar que um ser tão iluminado possa ser também barreira para qualquer relacionamento profundo e verdadeiro com quem quer que seja.
Ora, cá estou eu novamente em minha dualidade infantil, dura, imatura e cruel, julgando e condenando a minha própria incompletude no caminho da evolução.
Quando é que serei capaz de entender, aceitar e colocar em pratica a realidade de que o caminho para enfrentamento do medo, que é o oposto do amor, é a aceitação???
Quando abandonarei a postura dissociativa da crítica que nada me agrega a não ser mais tristeza e medo?
Quando é que serei capaz de reconhecer todo o meu valor, meu aprendizado, minha caminhada, minha luz, também e justamente por isso acolhendo meus medos, dores, frustrações e erros com compaixão e perdão?
Quando é que eu poderei ser boa ao ponto de ser ruim? Ruim ao ponto de ser boa?

sábado, 24 de novembro de 2012

O preço do luxo



Comprei uma Louis Vuitton falsa. E paguei uma fortuna nela.
Não que eu soubesse que ela era falsa... Caí no conto da Black Friday, entrei em um site americano e verdadeiramente acreditei que a bolsa estava com desconto de 90%... Não desconfiei de que o contato era um hotmail. Faltavam 9 minutos pra sexta-feira fatídica acabar e eu agi como se fosse a última oportunidade na minha vida de ser uma pessoa elegante e rica, desfilando por aí com a minha bolsa manamanoooossa e, em transe, digitei o número do cartão de crédito...

Sofrimento mesmo veio nas horas que se seguiram, quando varei a madrugada tentando em vão entrar em contato com o banco ou com a operadora do cartão de crédito pra cancelar a operação. Além de, é claro, vasculhar todo o site brincando de jogo dos 7 erros, além de conversar com minha amiga pelo whats app que, com seu marido taiwanês, estavam investigando a fundo para em seguida também tentar cancelar a compra...

O mais divertido (ou trágico) disso tudo foi entrar no site oficial da marca e encontrar as mesmíssimas fotos da bolsa... Ok, eles podem simplesmente tê-las copiado... Mas já ouvi falar que muitos produtos "americanos" tem suas fábricas na China e são despachados para os EUA para a colocação da etiqueta e posterior venda. Então muitas fábricas chinesas vendem os mesmíssimos produtos no mercado negro e exportam pelo mundo para a sua exposição no shopping Oi, Uruguaiana, Saara etc.

Enfim, ainda não estou completamente certa se vou continuar ligando obsessivamente para o banco, ou se mando um e-mail para "jane jone" pedindo o cancelamento do meu pedido... Ou se recebo a minha falsí e desfilo com ela por aí, linda, loira e toda trabalhada na pirataria... E aí entra a questão: o que é mais importante? Eu estar elegante com uma bolsa bonita ou as outras pessoas saberem quanto ela custa? Ou é importante que EU saiba quanto ela custa? O que vou sentir quando eu olhar para a bolsa? Que ela foi fruto da minha inocência e desespero para exibir uma imagem? Ou vou sentir que paguei caro demais por uma mercadoria de segunda? É verdade que ela custou 10% do que custaria na loja, mas será que teria sido melhor entrar na loja, namorar as opções, parcelar em 36x no cartão de crédito e nem ter coragem de sair com a bolsa de casa, a não ser com escolta armada e carro blindado? Porque, convenhamos, isso é Brasil!

...

Acho que prefiro pensar que o que importa é que eu esteja feliz, e se eu me sentir linda e feliz com esta bolsa, ela já pode ser considerada um negócio da China!!!

domingo, 18 de novembro de 2012

Durma bem


Dica número 1 para ter uma boa noite de sono: não assistir logo antes de ir pra cama um filme super cabeça envolvendo drogas (e consequentemente sua apologia ou não), morte de pessoas super queridas, problemas familiares, escolhas de vida, filosofia de viciado e, claro, pessoas lindas e magras se divertindo quando você está em uma vibe totalmente oposta.

Estou aqui com a cabeça a mil, me perguntando porque as pessoas ainda morrem de overdose, que vida vazia que tanto faz com que alguém queira fugir do ego, expandir até... Ou e quando a pessoa não consegue fazer absolutamente nada, nem apreciar uma linda paisagem, curtir música, amigos ou sexo, sem estar drogado.

Será que algum dia eu conseguiria me divertir em Ibiza ou Amsterdã ou em qualquer festa rave dançando ao som da exaustiva e repetitiva música eletrônica, quando as pessoas mais se fecham em si do que se abrem para o outro? Será que eu estou suficientemente bem comigo mesmo pra curtir só a minha companhia ao invés de buscar interação com mais alguém? Será que eu não suporto por muito tempo a companhia de certas pessoas porque elas não são grandes amigas com o céu e o mar e a terra em comum para partilharmos tudo, até o silêncio??? Será que eu só vou me abrir para o outro quando eu estiver bem comigo, ou como disse uma amiga hoje, quando eu não for mais tão exigente comigo mesma?

Quantas oportunidades mais eu terei de acertar?

Quantas vezes mais me arrependerei e me martirizarei por errar?

E, pelo amor de Deus, quando é que eu vou me amar e me aceitar do jeito que sou? Ou mudar definitivamente para ser o que eu ame? Ou deveria amar primeiro para então mudar?

Diante do sobressalto da dúvida e inspirada pelo filme, opto por usar uma droga (valeriana, no caso) para me ajudar a relaxar, mudar a epifania da reflexão inquiridora para a paz interior...

Interessante a abundância e a diversidade de caminhos a se trilhar nesta vida... Vamos trilhar...

sábado, 19 de maio de 2012

Se quiser me amar, chegue devagarzinho.
Olhe-me de longe, por um instante.
Em silêncio.
Sem que eu perceba, aproxime-se.
Permita que eu fareje um aroma novo no ar.
Permita que eu note que sou observada, mas de forma prosaica e leve para que eu não me assuste.

Se quiser me amar, instigue-me a me aproximar de você também.

Lentamente.
Atice minha curiosidade... é sensual um certo mistério.

Quando sentir que eu já presto atenção em você, suma por uns tempos.
Deixe-me um pouco ansiosa, em dúvida, sem saber onde você está... Questionando-me se um dia voltarei a ver-te.

Mas não suma pra sempre.
Não.
Após despertar esta fagulha em meu coração, não desapareça.
Seja como o sol encoberto por nuvens, que não vemos, mas que reaparece glorioso...


Aqueça meu coração.
Quando perceber que já não sinto mais medo, brilhe intensamente seu olhar sobre mim.

Avance em minha direção e arrebate-me, antes que eu me dê conta de que estou em seus braços.
Acolha-me por inteiro, afague-me...
E me conquiste pra sempre...