sexta-feira, 27 de maio de 2011

O mundo não está em boas mãos...

Não senhor, definitivamente o mundo não está em boas mãos... Observe bem ao seu redor e verás... Mas a observação deve ser minuciosa, é preciso fazer uma investigação profunda...

Observando os relacionamentos, para começar... Os homens, adultos ou não, estão sempre tentando esconder algo das suas mulheres-mães... Aquele que é mais "livre" da parceira é o mais esperto, o herói. As mulheres, carentes ao extremo, estão sempre se sentindo vítimas, fazendo um drama absurdo, fritando por coisas que seus homens jamais imaginarão poder existir e projetando em seus parceiros o pai-herói que irá salvá-las deste mundo, protege-las e recompensá-las por serem "boas meninas"...

Somos crianças...

No trabalho, nós e nossos brinquedos... A hierarquia dos relacionamentos é a mesma do primário! Faço parte deste meio? Sou importante? Sou destaque, faço rir? Sou admirado, chamo a atenção? Em contrapartida, estou inserido no meio? Estou "dentro dos padrões"? Porque ninguém quer ser demasiado diferente, a ponto de ser deslocado do grupo...

Vocês não acham incrível como nos portamos? Como andamos por este mundo? Como percorremos vidas, carreiras, relacionamentos... Somos tão imaturos, tão frágeis... Estamos todos vivendo esta farsa de que está tudo bem, estamos felizes e no caminho certo. Certo?!?!?

Queremos agradar, queremos ser aprovados... Temos pavor de sermos rejeitados...

Muitas vezes fui "incompreendida", chamada de louca ou estranha pelo simples e óbvio fato de ser uma pessoa sincera. E não estou dando como exemplo aquelas pessoas rudes que se auto-intitulam francas "eu falo mesmo, sou verdadeira!"... Eu sou honesta mesmo, de expressar o meu mau-humor, de dizer não, de tirar o sapato, realmente me sentir a vontade quando isso me sugerem, e de ficar muda, com o lábio apertado, quando me perguntam casualmente "tudo bem?" se eu não estiver...

A que ponto distorcido levamos a polidez?

Acredito que a evolução está em deslocar a aprovação do exterior e traze-la para nosso interior. Eu me amo? Eu me cuido? Eu faço o que faço por mim ou pelo outro? Sigo meu próprio caminho em busca de minha felicidade ou sigo aquilo que os outros seguem, vou pelo caminho mais fácil, garanto ao menos o suporte dos demais medrosos que acharão minha escolha "coerente"?


Quero acreditar que em algum espaço ou tempo a existência seja mais madura, e esteja mais relacionada ao aprofundamento do eu, a conexão com o divino, ao encontro de soluções grandiosas, a um mundo fraternal e altruísta.

Esse mundo pode começar dentro de mim.