Será que vivemos o sonho de uma outra época, onde tudo seria diferente e fascinante?
A vida é o que ela é, a beleza está em driblar os revezes com graça e bom humor... A melhor época é aqui e agora!!!
sexta-feira, 17 de junho de 2011
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Adeus...
Interrupção... Ninguém gosta de ser interrompido se você for pensar, não é? Também não costumamos nos mostrar satisfeitos quando nossos planos são desfeitos...
Hoje tive a notícia de que minha terapeuta faleceu...
Primeiro fiquei em choque. Depois, chorei, sem nenhum abraço pra me consolar...
E agora? Quem vai me acolher nesta perda? Quem vai dar continuidade ao trabalho que começamos? E os textos de leitura pendente? E as estrelinhas a serem distribuídas? E os filmes que iríamos partilhar?
Pode ser egocentrismo demais, mas cheguei a pensar: não posso mesmo contar com ninguém?
Odeio minha necessidade de contar com alguém! Odeio minha fugacidade humana, odeio a efemeridade da vida que nos tira toda e qualquer coisa por que sintamos apreço...
Odeio o silencio e odeio o ruído que me desconcentra...
Mas sabe o que eu mais odiei em toda esta situação? Ela era uma pessoa tão intuitiva... Tão espiritualizada... A tantos anos no trabalho do caminho... E não demonstrou NADA! Nenhum pressentimentozinho sequer! Não assumiu um ar de serenidade e de entrega de quem chega ao fim. Não demonstrou nenhum medo exagerado ou recusa de fazer a outra cirurgia! Parecia mesmo que estava tudo tão normal! Nenhuma mudança! Nenhuma diferença! Nada! Eu não percebi nada! Ela não parecia ter percebido nada!!!
Será que é simplesmente assim? Para todos nós? Para a maioria de nós?
A experiência da perda e da morte se fez presente inúmeras vezes em minha vida... Ainda assim dói e assusta...
Fica o medo... A certeza da incerteza... Estamos de cara com a fragilidade da existência humana. Não há nada que possa mudar isso.
A vida também não pára pra gente se recuperar... Ela segue em frente, atropela nossos pensamentos e nos obriga a retomar o fôlego. A SUA vida continua!!!
Não posso evitar de pensar nos nossos encontros, nos abraços... No prazer que ela sentia quando emanávamos nossa energia no grupo... Ela também gostava das aberturas e encerramentos, quando ficávamos simplesmente de pé, abraçadas, olhando umas para as outras e vivendo aquele momento...
Definitivamente não gostaria de estar triste, mas foi exatamente no trabalho que aprendemos a expressar os nossos sentimentos... Aprendemos a estar aqui e agora. Exercitamos o espírito contemplativo, onde simplesmente nos alinhamos ao Eu Observador, e este, por sua vez, nos orienta a não nos identificarmos com nenhuma estranheza que se mostre daí em diante... Nem com a dor da criança ferida... Nem com a crueldade do Eu Inferior... Nem com a arrogância do Ego...
E fica o amor... Que Deus a tenha, que ela tenha paz, que exista um algo mais após essa experiência terrena e que este algo mais seja muito maior, mais belo e justifique toda a ignorância e cegueira que temos por aqui...
Luz!...
Bi
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