sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Existe lógica?

O ser humano é originalmente um bicho egoísta. Egoísta e invejoso...
Tem um ano que eu terminei o meu namoro, mas agora, tanto tempo depois, ao saber que ele está namorando, fiquei triste... Por que diabos??? Qual é o problema em ele ser feliz, em ter alguém novo???
Acho que o grande problema não é a felicidade alheia, afinal... Eu sou do bem e o quero bem. Desejo paz e felicidade para o mundo...
O grande problema mora na minha solidão... Minha solidão oculta, incompreendida, falsa, oriunda do medo... Nem sei. Sei que estou só, só do verbo não namorando, e não era exatamente assim que eu queria estar... Queria ter meu aconchego gostoso no peito de alguém, queria ouvir de alguém todo dia que sou linda (não de peão na rua), queria beijar e transar, queria ver filme abraçadinha, escapar pra Búzios no final de semana e rir e brincar e amar... E me sentir desafiada pelo arrepio do gostar, que nos leva dos céus ao terapeuta, de inseguros que somos pelo medo de perder nosso objeto de adoração...
Tá, ok, eu também sou uma pessoa que vive a mil... Antes de completar 2 da tarde eu já tive, pelo menos, 5 compromissos diferentes... E não é de vez em quando que isso acontece não, é quase diariamente! Adoro a vida cultural, adoro a minha casa do jeito que eu deixei, adoro ter o controle em minhas mãos, adoro a liberdade, a privacidade... Quer dizer, eu também reconheço fácil a parte boa desta solidão, e curto muito! E, por consequência, tenho ojeriza por me envolver com um babaca qualquer nada-a-ver só pra não ficar sozinha!
Será que eu sou mesmo assim tão defendida?
Será que tem espaço pra alguém na minha vida?
Será que eu assusto mesmo os homens? Ou será que eu assusto o tipo de homem por quem eu me interesso?
Será que eu ainda um dia casarei e terei filhos?
O mundo e os relacionamentos não tem regras, certo?
Será que eu ainda tenho problemas de auto-estima?
Será que eu afasto as pessoas? Ou esnobo?
Até que ponto isso me faz sentir confortável e segura?


...


Recentemente ouvi da minha terapeuta sobre o quanto ela me via como uma pessoa defendida. Fiquei surpresa, porque quando eu vou a terapia eu me abro sem reservas, afinal estou lá para trabalhar meus sentimentos, enxergar os refinamentos ocultos do meu eu e me tornar uma pessoa melhor! Não há jogos! A intenção é mesmo me abrir!!! E, ao ser questionada a este respeito, comecei a refletir... Será que eu estava mesmo me protegendo demais, como se o mundo todo fosse hostil? Será que isso me fechava para o desconhecido, para o novo? Será que isso poderia me privar de acontecimentos inusitados em todas as áreas da vida???
Dormi pensando nisso e tentei meditar a respeito, buscando me abrir, baixar mesmo a guarda... e acordei doente!!!
Qual é o limiar da defesa saudável ou o limite da permissividade?
Certamente alguma distorção há aí, mas onde? Onde está o erro?
Falta crer na divina providencia? Sobra medo?


Acho que realmente não tenho a resposta no momento... Mas desejo que o soberano amor preencha todas as lacunas. Agora, temos que deixar mesmo algumas lacunas para ser preenchidas... senão...