quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O mito da Diva



Ontem à noite tava me sentindo meio jururu... Não sei bem o porquê, talvez fruto de cansaço mesmo, horas de trabalho, saí do escritório tarde, estava chovendo, fiquei um tempão no ponto do ônibus... Mas o pior foi ver tv, rir, relaxar, dormir... e acordar ainda meio pra baixo. Mas a vida segue, fiz meus 5km de treino... tive aquela dificuldade básica pra conseguir montar o look do dia e lancei-me. Cheguei no escritório ainda meio down, o computador não ligava... Tava meio calada, o pessoal idem... Mandei msgs para algumas amigas tentando fazer com que um papo familiar me animasse um pouco... Ainda no metrô, tentei meditar e perguntei a Deus o que poderia estar errado comigo... Até que começamos a resolver um problema do trabalho e tive que esclarecer um ponto com minha antiga equipe. Pronto! Atravessei o andar, cumprimentei as pessoas e recebi no mínimo um elogio de cada pessoa que eu vi! Disseram que eu estava magra, bonita, parecendo artista de cinema, com a pele boa... Lógico que foi um tapa na auto estima e eu voltei pra minha mesa me sentindo muito mais do que ótima!

E aí comecei a me perguntar... Quão frágil somos nós? Quão carentes e dependentes nós somos da aprovação alheia, seja ela qual for, seja ela de quem vier? Quando ouvimos sobre certas celebridades, um traço aparece muito comumente: a volatilidade do humor. Será que, quando você é belo demais, famoso demais, exageradamente ovacionado, inicia-se um processo de vício psico-emocional do elogio?
Se todos os dias, se cada produção que você faz, se cada desfilada que você dá, você fosse admirada... e se você pudesse sentir o impacto que a sua imagem causa nas pessoas... Que as faz perder a linha de raciocínio... Perder a voz... Esquecer o que dizia...
Se você soubesse a força hipnótica da sua beleza...
O que você faria?
Se você sentisse o poder do seu charme?

Por outro lado...

E quando este torpor desaparecesse?

Quando sua impactante presença passasse despercebida...

Você se sentiria triste? Vazia? Fraca? Só e insegura? Sentiria como se tivesse perdido algo? Buscaria desesperadamente reaver este seu poder?

Acho que isso definitivamente caracteriza um vício. Quando você não consegue ficar sem elogios, sem reconhecimento alheio... Vício ou carência?

Quando saberei diferenciar independência de frieza? Saudade de necessidade? Defesa de indiferença?

Mil dúvidas sem resposta, que ansiamos encontrar em nosso caminho...

E um óóóóótimo dia pra começar a ler "Capital Erótico"!!!

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