sábado, 24 de novembro de 2012

O preço do luxo



Comprei uma Louis Vuitton falsa. E paguei uma fortuna nela.
Não que eu soubesse que ela era falsa... Caí no conto da Black Friday, entrei em um site americano e verdadeiramente acreditei que a bolsa estava com desconto de 90%... Não desconfiei de que o contato era um hotmail. Faltavam 9 minutos pra sexta-feira fatídica acabar e eu agi como se fosse a última oportunidade na minha vida de ser uma pessoa elegante e rica, desfilando por aí com a minha bolsa manamanoooossa e, em transe, digitei o número do cartão de crédito...

Sofrimento mesmo veio nas horas que se seguiram, quando varei a madrugada tentando em vão entrar em contato com o banco ou com a operadora do cartão de crédito pra cancelar a operação. Além de, é claro, vasculhar todo o site brincando de jogo dos 7 erros, além de conversar com minha amiga pelo whats app que, com seu marido taiwanês, estavam investigando a fundo para em seguida também tentar cancelar a compra...

O mais divertido (ou trágico) disso tudo foi entrar no site oficial da marca e encontrar as mesmíssimas fotos da bolsa... Ok, eles podem simplesmente tê-las copiado... Mas já ouvi falar que muitos produtos "americanos" tem suas fábricas na China e são despachados para os EUA para a colocação da etiqueta e posterior venda. Então muitas fábricas chinesas vendem os mesmíssimos produtos no mercado negro e exportam pelo mundo para a sua exposição no shopping Oi, Uruguaiana, Saara etc.

Enfim, ainda não estou completamente certa se vou continuar ligando obsessivamente para o banco, ou se mando um e-mail para "jane jone" pedindo o cancelamento do meu pedido... Ou se recebo a minha falsí e desfilo com ela por aí, linda, loira e toda trabalhada na pirataria... E aí entra a questão: o que é mais importante? Eu estar elegante com uma bolsa bonita ou as outras pessoas saberem quanto ela custa? Ou é importante que EU saiba quanto ela custa? O que vou sentir quando eu olhar para a bolsa? Que ela foi fruto da minha inocência e desespero para exibir uma imagem? Ou vou sentir que paguei caro demais por uma mercadoria de segunda? É verdade que ela custou 10% do que custaria na loja, mas será que teria sido melhor entrar na loja, namorar as opções, parcelar em 36x no cartão de crédito e nem ter coragem de sair com a bolsa de casa, a não ser com escolta armada e carro blindado? Porque, convenhamos, isso é Brasil!

...

Acho que prefiro pensar que o que importa é que eu esteja feliz, e se eu me sentir linda e feliz com esta bolsa, ela já pode ser considerada um negócio da China!!!

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